O município de Bagé, no Rio Grande do Sul, viveu, no final de setembro, a maior tempestade de granizo de sua história. Com cerca de 117 mil habitantes, o evento climático atingiu mais de 14 mil residências, deixando um prejuízo de mais de R$ 80 milhões. Prédios públicos também foram danificados, entre eles cerca de 40 escolas e 16 postos de saúde.
A gravidade da tempestade fez com que as equipes da Defesa Civil e Secretarias de Governo, como Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano e Secretaria de Assistência Social, tenham sido acionadas pela população assim que o evento ocorreu. A Defesa Civil do Estado avaliou a extensão dos danos e confirmou que toda a cidade foi prejudicada. Ainda na madrugada instalou-se o Centro de Operações no Ginásio Militão, para atendimento e cadastramento das famílias atingidas.
Dois meses depois do episódio, a Prefeitura Municipal já entregou mais de 110 mil telhas à população, maior parte delas com recursos próprios e doações. “Nunca na história da cidade se viu uma ação desta magnitude. Um trabalho ininterrupto de domingo a domingo, envolvendo toda a estrutura de governo, Exército, Defesa Civil e voluntários, para que todos os prejudicados sejam atendidos antes do final do ano e não passem as festas com suas casas danificadas”, explicou o prefeito da cidade, Divaldo Lara.
Até o dia 23 de novembro, foram entregues mais 110 mil telhas, nove mil cumeeiras, mais de 60 mil metros de lonas e 190.787 em parafusos e pregos. “A ação iniciou de forma efetiva e rápida ainda na madrugada do dia 23 de setembro. As medidas tomadas no município desde o primeiro dia devem servir como referência ao enfrentamento de situações de calamidade, como a vivida na Rainha da Fronteira. Em menos de 24 horas já estávamos nas ruas com carretas carregadas de telhas. Nunca paramos o fornecimento de telhas para a população. Além disso, nós criamos um sistema de cadastro inédito, informatizado, que para controle do cadastro”, apontou Everton Kaupe, coordenador da Defesa Civil.